Uma ode ao ego

Mais um ídolo se foi.

Como muitos outros que se foram, e como muitos outros que ainda hão de ir.

Não há como negar que isso de fato ocorra, mas o mais interessante nisso tudo, é o oportunismo de homenager o falecido. Milhares de declarações fervorosas, uma rasgação de seda infernal, digna de fazer o presunto levantar da cova e agradecer pelo carinho e amor.

Claro que não estou falando sobre Michael Jackson, ele está servindo no momento apenas de gancho para um assunto pertinente demais para ser deixado passar. Minha opnião sobre ele continua a mesma de sempre, e não mudou por causa da sua morte.

Fico me perguntando: Se todos gostam tanto, por que a rasgação de seda, as homenagens não vieram em vida? Tem que esperar o cara morrer para se reconhecer seu verdadeiro valor, e não estou falando do artístico, mas do valor humano. Se o cara está numa pior, ninguém aparece para ajudar, aparece mais para ferrar do que qualquer outra coisa, e quando o cara morre, os que apedrejavam, são os primeiros a carregar o corpo (ou seria relíquia) nos braços.

É uma fetichisação estranha. Quase que uma martirização. Tanto que um dos maiores ídolos da história é um carpinteiro morto, me desculpando a analogia.

É engraçado como a morte diviniza o homem. Ainda mais quando esse já esteve presente em quase todos os lares do mundo pelo menos uma vez, quando esse mesmo homem embalou a vida de muitos outros, e quando esse mesmo homem foi injustiçado (aos olhos da justiça sim, e não tenh nada haver com isso).

O bicho homem é estranho. Seus costumes estranhos. Seu amor que vai desde o fanatismo homicida (Vide morte de John Lenon) até o repúdio completo (vide metaleiros sobre emos).

Mas o fato é que não valorizamos o que temos. Temos que perder para saber reconhecer um pouco do valor do bem perdido. É algo que não estamos acostumados a pensar, e uma postura que dificilmente mudará.

No final das contas, pagar pau pra defunto é muito mais "cool".

Certo?